Por mais de 20 anos, era geralmente aceitável que qualquer moto que fosse mais potente que a Kawasaki KX500 era impraticável. A KX era considerada o limite de sanidade. Pode ter sido mesmo. Hoje, as 4T 450 tem o mesmo pico de força que as KX500 de 30 anos atrás. Mas, o que fez a 500 tão incrível foi a propagação estreita e intensa.
Era uma moto para homens de verdade. Infelizmente, parece que os homens de verdade estavam em falta, e o mercado gradativamente foi tirando de linha a KX500 e as outras 500s que seguiram. Quando finalmente saiu de linha, ela não havia recebido mudanças em 10 anos, e o número de vendas não era impressionante. A pergunta de causa e efeito continua sem resposta nos dias de hoje. Se a KX tivesse se adaptado aos tempos, teria durado mais?
Curiosamente, a KX500 continua competitiva em um campo bem específico. Ela talvez fosse a melhor moto de todos os tempos para correr no deserto. O Motocross pode ter sido a missão pretendida, mas ela é uma mistura particular de forças que se encaixam perfeitamente com as necessidades dos pilotos off road. A KX foi invencível nas series National Hare & Hound e também em Baja. Muitos dos grandes pilotos de deserto dizem que ainda pilotariam esse modelo nos dias de hoje, se pudessem.
No começo dos tempos de motocross, a classe 500 era a maior, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. O ano de 1972 viu o primeiro campeonato de motocross dedicado a categoria 500cc, e foi Brad Lackey que venceu em uma Kawasaki SR450. Jimmy Weinert seguiu com a Kawasaki no segundo campeonato nacional dois anos depois, então outros pilotos se revezaram representando a marca.
John DeSoto, Steve Stackable, Gary Semics e Gaylon Moiser são todos obra das grandes motos Kawasaki. Mas, o primeiro piloto a pilotar uma KX500 foi Goat Breker em 1984. O AMA instituiu uma “regra de proteção” em uma nuvem de controvérsias, e Breker precisou trocar sua exótica SR500 por uma production-based KX. Ele foi bem, mas não teve nenhuma vitória geral naquele ano. Nos anos de 89 e 90, Jeff Ward deu à Kawasaki seus primeiro prêmios em campeonatos nacionais com consecutivas KX500s, então, em 1992, foi Mike Kiedrowski.
O último ano de campeonato nacional das 500 foi 1993, quando a vitória de Mike LaRocco fez última entrada no livro dos recordes do motocross pela Kawasaki e sua categoria. No total, a equipe ganhou 40 campeonatos de 500cc com a KX500 e suas antecessoras. Curiosamente, a Kawasaki nunca ganhou um campeonato mundial das 500cc na Europa. Mas, a o domínio de Ron Leichien em 1988 no Motocross das Nações em uma Kawasaki 500cc foi lendário.
Existem muitas KX500s da Kawasaki no mercado de motos usadas. Por uma moto que passou tanto tempo sem alterações, é preciso achar boas condições - e não apenas estilo. Poucas foram usadas para corrida, embora muitas pareçam descuidadas. As partes são achadas em primeira mão para as fabricadas após 1990.
Uma das melhores coisas sobre as KX500s usadas é que são quase indestrutíveis. Elas podem engolir lama pelo cano e continuar correndo. O cilindro revestido por eletrofusão pode não ser indestrutível, mas certamente pode ser usado por muito, muito tempo.
No topo da era do “Team Green” (time verde), a mudança mais significativa foi um reforço no quadro. A lataria não era nem de perto tão durável quanto a máquina. As presilhas de guidão e pedal sempre chamaram atenção.
A frota de motocicletas é tão grande que é um tanto eterna nas trilhas da Califórnia e Arizona. E sempre existem conversas sobre uma renovação das corridas em Baja e Distrito 37. Por que não? Nunca foi estabelecido que existe algo melhor.