Eis que chegou a semana do MXoN (Motocross of Nations), um dos eventos mais esperados no ano para todos os pilotos e entusiastas. A maioria já tem seu piloto preferido ou palpite sobre quem leva essa edição da “copa do mundo” de motocross - esse ano vale tudo para tirar a França da liderança.
Muita expectativa paira sobre os competidores, inclusive com relação à nossa equipe brasileira, que pela primeira vez vai correr com pilotos de diferentes marcas de motocicletas e patrocinadores, o que promete apimentar ainda mais a competição.
Em 2018 o Motocross das Nações vai acontecer nos dias 6 e 7 de outubro, na pista RedBud em Michigan, EUA. O evento acontece ano a ano desde a década de 50, e nesse post nós da MX Parts vamos te contar um pouco da história do Motocross das Nações, as equipes que irão estar presentes no evento, as expectativas e muitas outras informações interessantes.
O Motocross das Nações, como o próprio nome diz, reúne americanos, australianos, franceses, alemães, ingleses, brasileiros e muitas outras nações. Com mais de 65 anos de história, o evento já foi sediado por vários países ao redor do mundo, incluindo o Brasil em 1999.
As primeiras edições foram na década de 50, 30 anos depois da “invenção” do motocross, que na época era conhecido como scramble. A primeira edição do Motocross das Nações, realizada na Holanda também marcou o seu reconhecimento internacional, onde competiram Holanda, Bélgica e Grã-Bretanha.
Os anos que se seguiram foram todos marcados pelo MXoN. No segundo ano outras três nações foram convidadas (França, Suécia e Luxemburgo) e quem levou a taça foi a Bélgica.
Anos foram passando em com eles os britânicos mostraram que não estavam para brincadeira. Venceram 14 títulos em 20 anos de competição. No entanto, a última vitória foi em 1967, e levaria 27 anos para os britânicos subirem ao primeiro lugar do pódio novamente.
Os anos 70 vieram marcados pelas grandes fabricantes japonesas, trazendo ao mercado os modelos Suzuki, Yamaha, Kawasaki e Honda - que até hoje formam o império de tecnologia em modelos de competição.
Uma reviravolta surgiu em meados de 70, onde a equipe dos Estados Unidos apareceu pela primeira vez no pódio, em segundo lugar. Ver a equipe no pódio seria algo corriqueiro a partir de 1981, pois a partir daí somaram 17 vitórias consecutivas.
Em 1985 a Federação Internacional de Motocross (FIM) apresentou um novo formato para o Motocross das Nações, combinando as classes 125cc; 250cc e 500cc dentro da competição. Até hoje esse formato é o mesmo, onde os pilotos disputam duas corridas por evento: 125/500, 125/250, 250/500 – ou no que se tornaria MX2/Open, MX2/MX1, MX1/Open.
Os pilotos dos anos 90 puderam combater a hegemonia americana de vitórias. Em 1995 a vencedora foi a Bélgica, somando outras duas vitórias em 1997 e 1998.
A estréia da seleção verde e amarela no Motocross das Nações foi no ano de 1997, representada pelos pilotos Cristiano Lopes, Paulo Stedile e Rafael Ramos. Mas infelizmente a equipe não passou das classificatórias. O mesmo aconteceu no ano de 1998. Já em 1999, o evento foi sediado pelo Brasil - que estava automaticamente classificado - mas a vencedora daquele ano foi a Itália.
Nos anos 2000 os norte americanos voltaram ao pódio com Ricky Carmichael. De 2005 a 2011 continuaram com as vitórias, trazendo aos holofotes pilotos como James Stewart e Ryan Dungey.
Nos anos 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006 o Brasil ficou fora da competição, voltando apenas em 2007, quando a equipe formada pelos pilotos Leandro Silva, Wellington Garcia e Jorge Balbi Jr. conseguiram uma façanha inédita: classificar o país para as baterias decisivas. Naquele ano o evento aconteceu na pista Budds Creek nos EUA, e a equipe conquistou o 17º lugar geral. Em 2008 a equipe foi mais preparada, conquistando a melhor colocação da história do Brasil no MXoN, 14º lugar entre 35 países.
A última vez que o Brasil se classificou para as finais foi em 2010, nos Estados Unidos.
Hoje, apesar da história americana ser massiva com tantas vitórias, há 4 anos a equipe francesa leva o prêmio com Gautier Paulin na liderança. Nesta edição de 2018 a competição será em RedBud, EUA - Será que os americanos vão reinar na sua terra natal?
O Motocross das Nações de 2018 será realizado na cidade de Buchanan, em Michigan, EUA. A cidade tem cerca de 5 mil habitantes, e tem um clima bem definido em cada uma das estações. Agora, no outono, os pilotos podem esperar temperaturas médias, em torno de 18 Cº - Noticia boa para os atletas que não vão sofrer tanto com as altas temperaturas em outras épocas do ano.
Os dias 6 e 7 de outubro vão movimentar uma multidão de entusiastas pelo esporte. Se você é um dos sortudos que pode estar nos Estados Unidos neste final de semana, compre o ingresso pela aba “tickets” do site ou na portaria do evento.
Mas, se você assim como nós será apenas um expectador de longe, pode assistir através da BandSports, canal por assinatura. Consulte a programação da emissora para saber mais detalhes.
No sábado, os treinos começam a partir das 10h (12h com o fuso horário brasileiro). Os horários das corridas principais são:
MXGP Qualifier: 14h30 (16h30 no horário de brasilia)
MX2 Qualifier: 15h30 (17h30 no horário de brasilia)
Open Qualifier: 16h30 (18h30 no horário de brasilia)
Já no domingo, as finais ficaram separadas da seguinte maneira:
B - Final Start: 11h (13h no horário de brasilia)
MXoN Race 1 (MXGP + MX2): 13h10 (15h10 no horário de brasília)
MXoN Race 2 (MX2 + Open): 14h40 (16h40 no horário de brasília)
MXoN Race 3 (Open + MXGP): 16h10 (18h10 no horário de brasília)
Para mais informações sobre detalhes do evento e horários acesse o site RedBudmxon.
Neste ano a equipe brasileira vai contar com seis pilotos jovens, mas que têm experiência e vontade de sobra para subirem ao pódio. Três deles serão titulares, sendo eles Enzo Lopes, escolhido para correr na categoria MX2, Fábio Santos na categoria MX Open e Gustavo Pessoa na categoria MXGP. Os pilotos reservas são Ramyller Alves na categoria MX2, Jean Ramos na categoria MX Open e Hector Assunção na categoria MXGP.
Esta é a primeira vez que a equipe leva pilotos de diferentes marcas de motos e patrocinadores. Jorge Balbi Junior, Coach escolhido para liderar a equipe, está confiante com os pilotos escolhidos e se pronunciou dizendo:
“[...] pela primeira vez na história teremos um time 100% independente de um fabricante ou patrocinador, mas sim os pilotos q acreditei e acredito serem os melhores e mais capacitados para representar o Brasil.”
Apesar do entusiasmo à primeira vista, na segunda (24) Balbi anunciou no seu Instagram que não fará parte da equipe técnica no evento por falta de apoio financeiro. Confira abaixo a publicação:
Confira a publicação original nesse link: https://www.instagram.com/p/BoIC3CxBxUX/?utm_source=ig_embed
Ele comenta que confia na equipe, mas infelizmente por falta de apoio financeiro não poderá comparecer ao MXoN. Ele diz que buscou apoio de empresas envolvidas no esporte, enquanto a CBM passaria ao organizador da equipe um valor de cerca de dois mil euros, provindos da Federação Internacional de Motocross.
Carlos Herman “Cacau”, o organizador em questão, alegou precisar da verba para outros gastos da equipe. Balbi cogitou então pagar a viagem do seu próprio bolso, mas a brincadeira sairia muito caro, já que o mesmo precisaria de um acompanhante para auxiliá-lo devido a sua mobilidade reduzida (o mesmo sofreu um acidente em 2016 e lesionou a coluna cervical).
Na terça-feira (25) a Confederação veio a público através de seu site oficial divulgar uma nota, esclarecendo os fatos:
A CBM afirma que não tem responsabilidade em viabilizar recursos, que essa é uma tarefa do chefe de equipe. Diz ainda que a confederação repassa os valores dados pela FIM e abre mão de qualquer fatia de recursos oriundos de patrocínios para o time.
Segundo o site de HMB notícias e mídia, que fez uma materia completa sobre o assunto:
“O tema ainda é muito vago. Ficou claro que os pilotos já se disponibilizaram em assumir o custeio de suas despesas, e que a CBM recebe da FIM a verba para ajudar nessas despesas. Nos bastidores, escuta-se que a FIM não libera verba, e sim, dá créditos para a CBM em valores que a entidade paga a FIM. A CBM, na nota de esclarecimento, fala apenas sobre verbas oriundas de patrocínios e, não cita absolutamente nada sobre a verba da FIM, assim, a questão segue em aberto.”
O fato é que mesmo com todos os problemas envolvidos, os fãs do esporte - e também de Balbi, se mostram motivados a levar o campeão junto à equipe. Eles se reuniram para uma campanha de crowdfunding chamada “Balbi no motocross das nações 2018” que encerra hoje (2) e até o momento, já arrecadou mais do que o esperado para a ação (cerca de R$12.900,00).
O ídolo ainda não se pronunciou novamente quanto ao caso, mas a expectativa é grande. Caso ele não vá ao evento, o dinheiro será devolvido à todos que apoiaram a causa.
Além da equipe brasileira, várias outras equipes ao redor do mundo estão confirmadíssimas para o evento. Confira abaixo os países e seus pilotos, bem como algumas informações sobre algumas das delegações.
França
Gautier Paulin (MXGP)
Dylan Ferrandis (MX2)
Romain Febvre (Open)
Holanda
Jeffrey Herlings (MXGP)
Calvin Vlaanderen (MX2)
Glenn Coldenhoff (Open)
Grã-Bretanha
Tommy Searle (MXGP)
Ben Watson (MX2)
Max Anstie (Open)
Bélgica
Clement Desalle (MXGP)
Jago Geerts (MX2)
Jeremy Van Horebeek (Open)
Suíça
Valentin Guillod (MXGP)
Jeremy Seewer (MX2)
Arnaud Tonus (Open)
Austrália
Kirk Gibbs (MXGP)
Hunter Lawrence (MX2)
Mitch Evans (Open)
Estônia
Tanel Leok (MXGP)
Hardi Roosiorg (MX2)
Harri Kullas (Open)
Estados Unidos
Eli Tomac (MXGP): o piloto se pronunciou dizendo que voltou com todo o gás esse ano, disse que teve tempo para se preparar e está animado pela edição ser no seu país.
Aaron Plessinger (MX2)
Justin Barcia (Open)
Canadá
Colton Facciotti (MXGP)
Jess Pettis (MX2)
Kaven Benoit (Open)
Irlanda
Graeme Irwin (MXGP)
Martin Barr (MX2)
Stuart Edmonds (Open)
Porto Rico
Kevin Windham (MXGP)
Ryan Sipes (MX2)
Travis Pastrana (Open)
Alemanha
Ken Roczen (MXGP)
Henry Jacobi (MX2)
Max Nagl (Open)
Nova Zelândia
Cody Copper (MXGP)
Dylan Walsh (MX2)
Rhys Carter (Open)
República Tcheca
Vaclav Kovář (MXGP)
Martin Krč (MX2)
Martin Michek (Open)
África do Sul
Michael Docherty (MXGP)
Bradley Lionnet (MX2)
Caleb Tennant (Open)
Portugal
A equipe portuguesa cancelou sua participação no Motocross das Nações 2018. Segundo a comissão técnica, a desistência se deu pela impossibilidade do piloto Paulo Alberto da IMS Racing ir aos estados unidos pela mudança em uma data do Arena Cross. O piloto afirma que há possibilidade de colocarem alguém para correr no seu lugar, mas ainda não há nada certo.
E você, tem algum palpite sobre quem sairá ganhando dessa vez? Deixe aqui nos comentários suas expectativas e palpites para o Motocross das Nações 2018.