Pilotar protegido é sempre importante, mas se tem um equipamento que é deixado de lado mesmo é o protetor de pescoço - e o pior, ele é tão importante quanto a bota de motocross. Como assim, mais importante? Isso mesmo, afinal, a bota evita queimaduras, quebras e torções nas pernas, mas e o pescoço? quebrou, um abraço. Não tem pino, placa, muleta que resolva. Impactante isso? Com certeza. E essa é a intenção em mostrar que um equipamento relativamente simples e barato com um elevado custo x benefício, (afinal ele vai durar muito tempo) é de extrema importância e não pode faltar nos seus equipamentos de pilotagem.
Simples e muito eficazes, os protetores de pescoço previnem comprovadamente lesões em mais de 45% dos acidentes de motos off-road, parece pouco, mas quando se trata dos outros 55% de redução no que seriam danos fatais é muita coisa.
Vamos começar pelo contrário, o que é contra um protetor de pescoço no caso. Peso? desconforto? Não permitem olhar muito para a frente (erguer a cabeça?), quebram a clavícula? Na verdade, pilotos profissionais deixam em vários casos de utilizar o equipamento de motocross por que em muitos casos ele cobre locais de patrocínio. Mas para amadores o peso é irrelevante e o conforto seria até um absurdo considerar apenas este fator para você não utilizar um protetor de pescoço.
O desenvolvimento desse equipamento se deu justamente devido à um acidente fatal de um companheiro do médico e piloto Chris Leatt em 2004, que então passou a pesquisar mais sobre as lesões causadas e evitadas pelo equipamento. Desde então várias marcas passaram a desenvolver também seus produtos, tornando para vários pilotos um item indispensável em seus equipamentos de motocross incluindo profissionais como Marvin Musquin que não abrem mão do uso. A intenção é a proteção, esse é um fato. Protetores de pescoço são responsáveis por limitar os movimentos realizados pelo pescoço em casos de acidentes ou movimentações mais bruscas, as chamadas: hiperextensão, hiperflexões (frontal e laterais), hipertranslação e carga axial, ou seja, movimentos que vão além do suportado pelo pescoço em diferentes sentidos.
Respondidas apenas duas questões das apontadas no primeiro parágrafo, vamos as outras duas. Um estudo divulgado em Janeiro de 2019 pela Action Sports EMS Inc. nos Estados Unidos, revelou que em 10 anos e mais de 8 mil pacientes que registraram acidentes de qualquer espécie pilotando motos off-road apontou que destes, aproximadamente 4,7 mil não usavam protetores de pescoço, e quase 3,8 mil utilizavam - valores bem próximos. Entretanto, a diferença fica nos danos, conforme pode ser observado nos gráficos a seguir:
239 pilotos que não utilizam o equipamento foram registrados com danos cervicais contra apenas 26 que utilizam protetores de pescoço no momento do acidente. Uma variação gigantesca de quem utiliza para quem não utiliza protetor de pescoço durante a pilotagem.
Protetor de pescoço aumenta as chances de quebrar a clavícula? O estudo mostrou o contrário com 443 pilotos que não utilizavam o equipamento contra 291 que faziam uso de protetores de pescoço. Detalhe - destes, alguns utilizavam o equipamento incompatível com coletes de impacto, senão o número seria menor ainda.
Por ser um equipamento de motocross relativamente simples, os protetores de pescoço dos modelos mais simples nem sequer fazem menção à compatibilidade de tamanhos, afinal, os modelos em eva ou que não possuem apoios torácicos, ficam apenas ao redor do pescoço, ajudando a limitar os movimentos e absorvendo impactos. Já os modelos mais top de linha, possuem até mesmo tamanho a ser escolhido e normalmente são compatíveis com o tamanho da camiseta casual ou com a medida da circunferência do tórax mesmo, é possível comparar com as medidas de alguns fabricantes.
Os modelos mais caros, além de contarem com medidas para maior proteção, ainda possuem composição que permite uma maior absorção nos impactos, assim como uma grande compatibilidade com coletes integrais e de impacto, mantendo a proteção ainda mais elevada e com apoio nos locais corretos para tornar a eficiência ainda maior em casos de acidentes mais graves. Em alguns modelos, até mesmo os sistemas de remoção em casos de acidentes é voltado para manter a integridade da coluna cervical em casos de acidentes, favorecendo ainda mais a proteção e a saúde do piloto.
A composição dos materiais, apoios, tamanhos e compatibilidade com coletes são fatores que devem ser observados com cuidado na hora da escolha.
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